REFLEXOS DE MUNDOS
Nossos
corpos-no-mundo podem ser considerados como reflexos de mundos, vivenciados, curtidos,
encantados no contexto das nossas próprias experiências.
Uma pausa...
Este tema merece,
seguramente, a nossa atenção.
Reflexos de
mundos são Espaços Tempos de Probabilidades e Possibilidades (ETPP) de
percepções de infinitos matizes, incontáveis nuanças de corpos-no-mundo. Eles
são as nossas escolhas, feitas de nossas intenções. Barro moldado da emoção de
viver o dia-a-dia. Muitas vezes são conscientes. Em outras, não são.
Nossas
escolhas são formas diferenciadas, quânticas, de ETPP. Elas nos conduzem a
dimensões aonde, apesar das escolhas, quando as fazemos, muitas vezes não são
sentidas em sua verdadeira profundidade. Mas viver é uma eterna surpresa.
Viver é então,
a possibilidade do reencontro conosco mesmos, nos dimensionando em direção à
eternidade, sempre aberta aos nossos interesses, sempre a espera de nosso
empuxo de conexão necessária.
A surpresa
constrói a dimensão da força renovadora, do encantamento que arrebata, em
muitas vezes, a nossa alma, que precisa tanto do alimento da transcendência. Um
holding de ETPP em direção a aventura
de viver na forma de corpos-no-mundo.
Holding é o contexto sentido, baseado na
Vivência Corporal, pela qual nos é permitido realizarmo-nos em meio aos
diversos campos de experiências, nas suas diversas dimensões: Física, mental,
emocional, psíquica e espiritual.
São reflexos
de mundo, se transformam em mecanismos de sustentação que nos possibilita, nos
situar, diante das Vivências Corporais, aprendendo a perceber nossa condição
primeira, de estar diante de nós mesmos. Frente ao ser e ao não ser.
Através dos
reflexos de mundo, estas construções de nós mesmos, transformadas pelo nosso
holding de experiências, reconstroem a nossa experiência original e, por
processo de autoconhecimento, estabelecemos a conexão necessária, para a
comunicação integrada, de cada viagem que se realizará, do não ser em direção
ao ser.
Este é o
fundamento estruturante de um corpo-no-mundo mais real. Vivendo, lutando,
amando. Sentindo a vida. Conectando nosso corpo-no-mundo, tendo por base nossas
próprias entranhas. Fazendo e refazendo os processos que transformam nossos
princípios de realidade em princípios de prazer.
A apresentação
do mundo à nossa corporeidade ou de forma oposta a apresentação de nossa
corporeidade ao mundo, se faz na Vivência Corporal. Um agora, que nos diz da
eternidade, em forma de corpo-no-mundo, reflexo de mundo que conduz em direção
à nossa pluralidade humana.
A apresentação
do corpo ao mundo e/ou do mundo ao corpo é uma posição humana, investida de
afetos por que somos o mundo. Uma vivência ética sem sombra de dúvidas,
benéfica à vida humana. Uma ecologia corpo-no-mundo, definitivamente transformadora,
para todas as situações em que viver é a única possibilidade. Morrer seria
apenas a continuidade do processo.
Desta forma, o
gesto que se dirige ao outro, em forma de reflexos de mundos, se for acolhedor,
oferece ETPP para o processo de humanização da vida. Dá lugar para o outro
habitar seu próprio desenho corporal, um holding de reflexos de mundos.
O gesto cria e
depois recria a vida. Nossos reflexos de mundos são nossos saberes relacionados
às nossas Vivências e Experiências Corporais. Saberes ampliados pelo
conhecimento de nossos corpos-no-mundo, dos modos como a nossa vida acontece.
Nestes termos,
nos tornamos seres com o sentido da esperança da presença Eu Sou. E como diz um
mestre: a esperança é a memória do vivido que se torna memória do futuro. Não é
por acaso que somos então, reflexos de mundos. E surge, enfim, uma pergunta
chave: Que Reflexos de Mundos desejamos Ser?